As eleições internas para o comando do Congresso Nacional, realizadas no sábado (1º), resultaram na escolha de Davi Alcolumbre (União-AP) como presidente do Senado e Hugo Motta (Republicanos-PB) como presidente da Câmara dos Deputados. Ambos receberam votações expressivas, o que gerou uma série de manifestações de apoio por parte de autoridades do Executivo e do Legislativo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi um dos primeiros a se pronunciar. Antes mesmo do anúncio oficial da vitória, Alcolumbre recebeu um telefonema do chefe do Executivo no plenário. Ele obteve 73 votos, tornando-se o terceiro senador mais votado para o cargo desde a redemocratização.
Lula também parabenizou Motta, que conquistou 444 votos, por meio de uma nota oficial. “Estou certo de que avançaremos ainda mais nessa parceria exitosa entre Executivo e Legislativo, para a construção de um Brasil cada vez mais desenvolvido e mais justo, com responsabilidade fiscal, social e ambiental. Um forte abraço”, declarou o presidente.
Ministros e autoridades comentam o resultado
Diversos ministros utilizaram as redes sociais para elogiar os novos presidentes e agradecer aos parlamentares que estavam deixando os cargos, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que comandaram as Casas nos últimos quatro anos. Governadores e outros políticos também se manifestaram.

Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços:
“Parabenizo o deputado Hugo Motta e o senador Davi Alcolumbre pela eleição e desejo sucesso em seus mandatos. Também cumprimento Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, que demonstraram grande liderança e diálogo para aprovar medidas fundamentais para a competitividade e sustentabilidade do Brasil. O governo do presidente Lula manterá uma relação respeitosa com o Congresso, buscando reformas que promovam crescimento e oportunidades para as futuras gerações.”
Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF):
“Felicito Hugo Motta pela eleição à presidência da Câmara dos Deputados e lhe desejo sucesso na função. Também parabenizo Arthur Lira pelo trabalho realizado nos últimos quatro anos, garantindo a democracia em momentos decisivos.”
“Rodrigo Pacheco demonstrou serenidade e compromisso público ao liderar o Congresso em períodos desafiadores. Agora, desejo êxito a Davi Alcolumbre e sucesso em sua gestão no Senado.”

Fernando Haddad, ministro da Fazenda:
“Cumprimento os presidentes eleitos, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, que demonstraram disposição para contribuir com o Brasil. Também agradeço a Rodrigo Pacheco e Arthur Lira pela capacidade de construir consensos que permitiram o avanço do país.”
Jorge Messias, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU):
“Parabenizo Davi Alcolumbre pela eleição ao Senado e desejo-lhe pleno sucesso no exercício da função. O governo do presidente Lula continuará colaborando com o Congresso em busca da pacificação e do desenvolvimento do Brasil, sempre priorizando a harmonia entre os Poderes.”
“Também cumprimento Hugo Motta por sua eleição à presidência da Câmara. O governo reafirma seu compromisso de trabalhar junto ao Legislativo para fortalecer a democracia e impulsionar o desenvolvimento nacional.”
Alcolumbre defende comissões mistas e maior independência do Senado
O senador Davi Alcolumbre inicia seu segundo mandato como presidente do Senado com o objetivo de fortalecer o protagonismo da Casa e consolidar sua independência em relação à Câmara dos Deputados.
Alcolumbre venceu a disputa contra Eduardo Girão (Novo-CE) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) com 73 votos, tornando-se um dos senadores mais votados para o cargo desde a redemocratização.
Durante seu discurso antes da eleição, ele defendeu um Senado mais “soberano, autônomo e independente” e enfatizou a necessidade de reativar as comissões mistas para a análise de medidas provisórias.
“O processo legislativo das medidas provisórias precisa ser retomado com urgência. As comissões mistas são um requisito constitucional e não podem ser negligenciadas. Sua ausência reduz o papel do Senado”, afirmou Alcolumbre no plenário.

A retomada das comissões mistas foi motivo de divergência entre Câmara e Senado em 2023. O então presidente da Câmara, Arthur Lira, se opunha ao retorno desses colegiados, que deixaram de funcionar durante a pandemia da Covid-19. Por outro lado, Rodrigo Pacheco, antecessor de Alcolumbre no Senado, defendia a volta das comissões, mas a estrutura seguiu inalterada.
Além disso, Alcolumbre criticou a relação atual entre as duas Casas e afirmou que trabalhará para garantir que projetos do Senado tenham o devido espaço. “Muitas propostas apresentadas pelos senadores acabam sendo preteridas na Câmara. É fundamental que o Senado tenha um papel mais ativo na tramitação legislativa”, destacou.
Com um novo mandato de dois anos à frente do Senado, Alcolumbre buscará equilibrar as relações entre os Poderes e reforçar a influência da Casa na formulação de políticas públicas.
Imagem destaque: Reprodução/BNC