O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando o nome do deputado Guilherme Boulos (PSOL) para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, conforme informações do jornal Folha de S. Paulo. A recente indicação da deputada Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, em substituição a Alexandre Padilha, que passará a comandar o Ministério da Saúde, pode não ser a única alteração no governo Lula.
De acordo com o jornal, Lula já mencionou essa possibilidade em conversas com aliados. O cargo atualmente é ocupado por Márcio Macêdo (PT). Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos poderia assumir a função que faz a interlocução do governo com os movimentos sociais.
Questionado pela Folha, Boulos não comentou sobre o assunto. Outro nome cogitado para o cargo é o do advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, que teve papel ativo na defesa de Lula durante a Operação Lava Jato.
Essa não é a primeira vez que Boulos é mencionado para integrar o governo. No entanto, Lula optou por apoiá-lo na disputa pela prefeitura de São Paulo, eleição vencida por Ricardo Nunes (MDB).
Gleisi Hoffmann será responsável pela articulação política do governo
O presidente também confirmou, na última sexta-feira (28), a nomeação da deputada Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais. Ela substituirá Alexandre Padilha, que será empossado como ministro da Saúde em 10 de março.


A decisão de Lula enfrentou resistências nos bastidores. Aliados sugeriram um nome mais conciliador, como o do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), argumentando que Gleisi tem um perfil mais firme, o que poderia dificultar o diálogo com o Centrão. A presidente do PT chegou a ser cogitada para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, mas Lula decidiu mantê-la na articulação política com o Congresso.
Outras mudanças no Ministério da Saúde, além do possível cargo de Boulos
A substituição de Nísia Trindade no Ministério da Saúde é dada como certa dentro do governo. O cargo desperta interesse de diferentes alas do PT, já que a pasta conta com um orçamento de R$239,7 bilhões e tem papel estratégico na gestão de Lula, que enfrenta queda de popularidade, segundo pesquisas recentes.
O nome mais cotado para assumir a Saúde é Alexandre Padilha, atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais e ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff (2011-2014). Ele tem forte influência na pasta e é um dos principais apoiadores de Nísia, que é próxima ao PT, mas não é filiada ao partido.
Outra opção é Arthur Chioro, presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares e também ex-ministro da Saúde no governo Dilma. Ele conta com o apoio do chefe da Casa Civil, Rui Costa, e de setores do PT, incluindo o senador Humberto Costa (PT-PE) e Gleisi Hoffmann.
Disputa pelo comando do PT
Com a ida de Gleisi Hoffmann para o governo, Lula precisará escolher um novo presidente para o PT. O nome favorito do presidente é Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, que defende uma linha mais moderada dentro do partido.

A possível nomeação de Edinho ocorre em um momento de forte polarização política, especialmente após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.
Essas mudanças fazem parte da reestruturação do governo, que busca ajustar a base política para fortalecer a gestão, garantir maior estabilidade nas negociações com o Congresso e melhorar a aceitação da população.
Imagem destaque: o Deputado Federal, Guilherme Boulos e o presidente Lula. Reprodução/Poder 360