O dólar opera em queda nesta terça-feira (4), atingindo R$5,75 na mínima do dia, em meio à repercussão das tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Apesar da retaliação da China com novas taxas sobre produtos norte-americanos, o mercado avalia que as ameaças tarifárias de Trump estão perdendo força. Na segunda-feira (3), México e Canadá fecharam acordos com os EUA para suspender as tarifas por um mês, mediante o compromisso de reforço na segurança das fronteiras.
Por volta das 13h30, o dólar registrava queda de 0,98%, cotado a R$5,7584, enquanto o Ibovespa recuava 0,46%, aos 125.392 pontos.
Na segunda-feira (3), o dólar havia encerrado com baixa de 0,38%, a R$5,8153. O Ibovespa também teve leve queda de 0,13%, fechando aos 125.971 pontos.
Durante o dia, as agendas em evidência são as atividades dos Estados Unidos e a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.


Fatores que influenciam o mercado do dólar
Além da questão comercial entre EUA e China, investidores acompanham a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. No documento, a instituição projeta inflação acima da meta até pelo menos junho, com preocupação sobre a alta dos preços dos alimentos e seus impactos no médio prazo.
A tensão comercial entre EUA e China ganhou novos capítulos nesta terça-feira, quando o governo chinês impôs tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito dos EUA, além de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis. As novas taxas entram em vigor na próxima segunda-feira (10).
Ainda assim, o mercado vê uma possível redução no impacto das medidas, especialmente após Trump recuar em suas ameaças ao negociar acordos com México e Canadá.
Como destaque da agenda econômica no Brasil, a atenção se volta para a ata do Copom, que destacou o aumento das expectativas de inflação nos últimos meses. O Banco Central prevê que a inflação permanecerá acima da meta pelos próximos seis meses, com o novo sistema de metas contínuas a partir de 2025 estipulando um objetivo de 3%, com uma faixa aceitável entre 1,5% e 4,5%.
O histórico e a expectativa da moeda
Em 2023, o dólar teve uma queda de 8,06% ao longo do ano, como a nova regra para controle dos gastos públicos e a reforma tributária. A desvalorização da moeda norte-americana ajudou a conter a inflação e permitiu o início do ciclo de cortes na taxa de juros.

Já em 2024, o cenário se reverteu. O dólar acumulou uma alta de 25,62% frente ao real, impulsionado pelo aumento das preocupações com a inflação e a piora nas expectativas econômicas. Com isso, os juros voltaram a subir, e a sustentabilidade do arcabouço fiscal implementado no ano anterior passou a ser questionada.
A expectativa do dólar para 2025 é de aproximadamente R$5,96. Para 2026, a previsão dos analistas é de que a cotação fique em torno de R$5,80.
Além disso, a expectativa de inflação está em torno de 4,96% ao ano, um cenário pior que o ano de 2025. Já referente à Selic, as expectativas também não são favoráveis, podendo atingir até 14,75% este ano.
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