O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um momento crítico, com reações negativas do mercado financeiro em relação às suas recentes medidas econômicas. Uma pesquisa realizada pela Quaest revelou que 90% dos agentes do mercado têm uma avaliação negativa do governo, refletindo preocupações sobre a popularidade de Lula em detrimento do equilíbrio fiscal.
Principais Conclusões
- 90% do mercado financeiro avalia negativamente o governo Lula.
- Apenas 29% acreditam que o governo está focado no equilíbrio das contas públicas.
- 86% dos entrevistados consideram que Lula prioriza sua popularidade.
- 58% dos agentes consideram o pacote fiscal insatisfatório.
Avaliação do Governo Lula
A pesquisa, realizada entre 29 de novembro e 3 de dezembro, entrevistou 105 gestores e economistas de fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os resultados mostram uma queda significativa na aprovação do governo Lula, com apenas 3% dos entrevistados avaliando-o como positivo, uma diminuição em relação a 6% em março. A reprovação subiu de 26% para 90% no mesmo período.
O diretor da Quaest, Felipe Nunes, destacou que a insatisfação do mercado é uma resposta direta ao pacote de cortes de gastos apresentado recentemente. A pesquisa também revelou que 61% dos agentes acreditam que a influência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diminuiu desde o início do mandato.
Preocupações com a Popularidade
Os dados indicam que a preocupação do governo com a popularidade de Lula é uma prioridade para 86% dos entrevistados, enquanto apenas 29% acreditam que o governo está focado em manter o equilíbrio fiscal. Essa percepção sugere que o governo está tentando agradar diferentes grupos, o que pode estar prejudicando a eficácia das políticas econômicas.
Creomar de Souza, cientista político, comentou que a tentativa do governo de agradar a todos os lados pode levar a erros na condução da economia. Ele observou que há divisões internas sobre a necessidade de cortes, o que complica ainda mais a situação.
Reações ao Pacote Fiscal
A pesquisa também revelou que 58% dos entrevistados consideram o pacote fiscal apresentado pelo governo como "nada satisfatório". Além disso, 67% afirmaram que, após o anúncio do pacote, planejam aumentar seus investimentos no exterior, enquanto apenas 3% pretendem diminuir esses investimentos.
A isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil foi vista como prejudicial para a economia por 85% dos agentes, enquanto 99% acreditam que o fim da "morte ficta" ajudará a economia.
Expectativas para o Futuro
As expectativas para a economia brasileira em 2025 são sombrias, com 88% dos entrevistados acreditando que a situação econômica vai piorar. Em relação à taxa de juros, que atualmente está em 10,75%, a maioria dos agentes prevê um aumento, com 66% esperando um aumento de 0,75 pontos percentuais.
A avaliação do Congresso também piorou, com 41% dos entrevistados considerando seu desempenho negativo, um aumento significativo em relação a meses anteriores. Essa insatisfação pode refletir a crescente desconfiança do mercado em relação à capacidade do governo de implementar reformas eficazes.
O cenário atual apresenta desafios significativos para o governo Lula, que precisa encontrar um equilíbrio entre manter sua popularidade e garantir a saúde fiscal do país.
