Na próxima segunda-feira (27), o presidente Lula (PT) deve se reunir com ministros para debater estratégias que diminuam o custo dos alimentos.
O presidente Lula tem solicitado prioridade máxima aos ministérios envolvidos e reforçou essa necessidade durante a reunião ministerial realizada na última segunda-feira (20). De acordo com fontes consultadas pela CNN, algumas das propostas em análise incluem ampliar o crédito para produtores rurais e oferecer suporte técnico especializado.
Ministérios como o da Fazenda, da Agricultura e Pecuária, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, além da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), têm trabalhado intensamente no tema nos últimos dias.

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (22), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou que não estão sendo discutidas “intervenções”, mas sim medidas que possam tornar os alimentos mais acessíveis, especialmente aqueles que tiveram aumentos recentes.
A Casa Civil informou à CNN que, até o momento, não é possível detalhar as iniciativas em estudo.
“A Casa Civil esclarece que não há discussão sobre intervenções artificiais para redução dos preços dos alimentos. O governo está avaliando, junto aos ministérios e produtores, possíveis medidas a serem implementadas. Contudo, o detalhamento dessas ações depende das reuniões que serão realizadas”, afirmou.

Rui Costa também mencionou a possibilidade de incentivar a produção agrícola e ampliar a oferta de alimentos no mercado.
Esclarecimento sobre o termo “intervenção”
Durante o programa “Bom dia, ministro”, na quarta-feira (22), Rui Costa usou o termo “intervenção” ao comentar soluções para conter a alta dos preços.
O ministro destacou que os eventos climáticos ocorridos em 2024 foram determinantes para afetar a produção de alimentos, causando escassez de produtos essenciais e elevando os preços.
A declaração gerou reações no mercado, levando a Casa Civil a emitir uma nota esclarecendo que não se trata de ações artificiais. O governo está focado em promover medidas que possam equilibrar os preços sem interferências diretas.
Governo Lula e a Inflação em 2024
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o setor de alimentos e bebidas foi o mais afetado pela inflação em 2024. O aumento acumulado de 7,69% em 12 meses contribuiu com 1,63 ponto percentual para o índice anual, que fechou em 4,83%.
Os preços deste grupo costumam ser mais instáveis devido à influência do clima, além dos impactos das mudanças climáticas.

Produtos como carnes, café e leite tiveram aumentos expressivos, pesando no orçamento das famílias brasileiras em 2024.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou alta de 4,83% no ano passado. O segmento de Alimentação e Bebidas foi o principal responsável, com um aumento de 7,69% ao longo do período. Entre os itens que mais subiram, destaca-se a carne, que apresentou alta de 20,84% em 2024.
Imagem Destaque: Lula e Ministros/Reprodução/Ricardo Stuckert/PR