Os preços dos imóveis residenciais subiram 7,73% em 2024, marcando o maior crescimento desde 2013, conforme o Índice FipeZAP de Venda Residencial. Em dezembro, houve um avanço de 0,66%, revertendo a queda registrada em novembro.
Esse desempenho dos imóveis anual supera os 4,71% do IPCA-15, prévia da inflação oficial, que será divulgada pelo IBGE na próxima sexta-feira (10).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou um aumento de 0,34% em dezembro, encerrando 2024 com uma variação acumulada de 4,71%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (27).
O índice anual ultrapassou a meta de inflação definida pelo Banco Central (BC), que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais (4,5%) ou para menos (1,5%).
De acordo com pesquisa da Reuters, economistas esperavam uma inflação mensal de 0,45% e um acumulado de 4,82% nos últimos 12 meses.
Influência da economia no mercado de imóveis
De acordo com Paula Reis, economista do DataZAP, o aumento nos preços dos imóveis em 2024 foi impulsionado pelas condições econômicas favoráveis, que ampliaram a concessão de crédito para imóveis de padrão popular e médio.
O PIB brasileiro cresceu 0,9% no terceiro trimestre do ano passado, surpreendendo positivamente as previsões de mercado, enquanto a taxa de desocupação caiu para 6,1% no trimestre encerrado em novembro, o menor índice para o período desde 2012, segundo o IBGE.
Entre as cidades com maior valorização, destacaram-se Curitiba, com alta de 18%, e Salvador, com 16,38%. Em média, o preço do metro quadrado nacional atingiu R$ 9.366.
Perspectivas para o mercado de imóveis em 2025
Para este ano, o cenário é desafiador, especialmente para imóveis de médio padrão. O aumento da taxa básica de juros Selic, o esgotamento dos recursos da poupança tornam o financiamento mais caro, dificultando o acesso ao mercado imobiliário. Outro fator que também pode influenciar o desempenho do setor é o aumento dos custos de mão de obra e insumos.
Apesar desses desafios, a continuidade de programas habitacionais, como o Minha Casa Minha Vida, e a demanda por imóveis sustentáveis e tecnologicamente avançados podem impulsionar as vendas.
Mesmo com esse cenário, o crescimento do mercado imobiliário será mais moderado em comparação a 2024, mas também apresenta perspectivas de crescimento para 2025. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) projeta uma expansão de aproximadamente 2,3% para este ano, após um crescimento de 4,1% registrado em 2024.
Há um contrassenso quando destacada a taxa Selic, pois há expectativa de redução gradual aolongo do ano, o que pode tornar o financiamento imobiliário mais acessível, estimulando o mercado.
No entanto, é importante considerar que o cenário econômico e as políticas públicas serão determinantes para o desempenho efetivo das vendas de imóveis em 2025.
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