Um levantamento realizado pelo Ipsos-Ipec, divulgado na última quinta-feira (13), indica um aumento na rejeição de Lula, superando a aprovação pela primeira vez nos registros do instituto.
Segundo os dados, 41% dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo, enquanto 27% o consideram ótimo ou bom. Outros 30% classificam a gestão como regular, e 1% não soube ou preferiu não responder. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
Um cenário político polarizado
O levantamento reforça a polarização política no país. Entre aqueles que votaram em Lula nas eleições de 2022, 52% ainda o aprovam. Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro, a rejeição chega a 72%.
Os dados da pesquisa Ipsos também revelam diferenças regionais e demográficas. O apoio do presidente é mais expressivo no Nordeste (37%), enquanto a rejeição de Lula é predominante em outras regiões.
O nível de escolaridade e a renda familiar também influenciam a percepção do governo: a aprovação é maior entre pessoas com menor escolaridade (36%) e renda de até um salário mínimo (34%), enquanto a reprovação cresce entre os mais escolarizados (48%) e aqueles com renda superior a cinco salários mínimos (59%).
A pesquisa ainda aponta um impacto da religião na rejeição de Lula. Entre católicos, a aprovação é de 52%, enquanto entre evangélicos a reprovação atinge 48%.

Desafios futuros com a rejeição de Lula
Realizado com 2.000 pessoas em 131 municípios, o levantamento tem um nível de confiança de 95%. Os dados indicam desafios para a gestão Lula, exigindo uma análise das razões por trás da queda na popularidade e possíveis estratégias para reverter essa tendência.
Entre os fatores apontados, destacam-se a necessidade de políticas públicas mais eficazes e uma comunicação mais clara com diferentes segmentos da sociedade para recuperar apoio e fortalecer a imagem do governo.


Avaliação mais baixa nos três mandatos
A pesquisa aponta um grande desgaste na base de apoio do presidente. Em dezembro de 2024, a taxa de rejeição de Lula era de 34%, mas subiu sete pontos percentuais nos meses seguintes. Paralelamente, a aprovação caiu de 34% para 27%.
Além da avaliação geral, a pesquisa analisou a percepção da população sobre a condução do governo. Nesse quesito, a rejeição de Lula é de 55% dos entrevistados, enquanto 40% aprovam. Em comparação com setembro de 2024, houve um aumento de nove pontos percentuais na reprovação e uma redução de sete pontos na aprovação.
Os resultados seguem a mesma tendência observada em pesquisas de outros institutos, como Quaest, CNT e Datafolha, que também registraram queda na popularidade do governo.
Pesquisa Datafolha
A pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, divulgada em fevereiro de 2025, revelou que a aprovação do presidente Lula caiu para 24%, uma redução em relação aos 35% registrados em dezembro de 2024.
No mesmo período, a rejeição de Lula aumentou de 34% para 41%, e aqueles que consideram o governo como regular passaram de 29% para 32%. Esses números representam a menor taxa de aprovação e a maior desaprovação já registrada nos três mandatos de Lula.
Paraná Pesquisas
De acordo com o levantamento nacional do instituto Paraná Pesquisas, divulgado em fevereiro de 2025, 55% dos brasileiros desaprovam o governo Lula, enquanto 42% o aprovam, resultando em uma diferença de 13 pontos percentuais.
A pesquisa também detalhou a avaliação do governo como “ruim” (9,2%) e “péssimo” (35,8%), totalizando 45%, em contraste com 28,8% que consideram a administração “ótima” (9%) e “boa” (19,8%). A rejeição de Lula é predominante nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, enquanto no Nordeste a aprovação ainda é maior, embora tenha diminuído.
Pesquisa CNT
Em novembro de 2024, uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) indicou que 30,8% dos brasileiros avaliavam negativamente o governo Lula, a maior rejeição desde o início do terceiro mandato do presidente. A avaliação positiva foi de 35,5%, a menor porcentagem registrada no período, enquanto 32,1% consideravam a administração regular.
Rejeição no Estado de Goiás
No estado de Goiás, a rejeição ao presidente aumentou, atingindo 61,6%, conforme pesquisa do instituto Paraná Pesquisas divulgada em dezembro de 2024. A aprovação ficou em 34,7%, e 3,7% dos entrevistados não souberam ou não opinaram.

Esses dados refletem uma tendência de aumento na rejeição de Lula, variando conforme a região e o segmento da população. Fatores como o aumento do custo de vida, questões de segurança pública e políticas econômicas podem estar contribuindo para essa percepção negativa. O governo enfrenta o desafio de reverter esse cenário e reconquistar a confiança da população.
Pesquisa Quaest
A pesquisa realizada pela Quaest, divulgada em janeiro de 2025, revelou que a desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva superou a aprovação pela primeira vez em seu atual mandato.
O levantamento indicou que 47% dos entrevistados aprovam a gestão de Lula, uma redução em relação aos 52% registrados em dezembro de 2024. Por outro lado, a desaprovação aumentou para 49%, subindo dos 47% anteriores.
A pesquisa também destacou que, apesar dos esforços para melhorar as condições de vida dos mais pobres, esses segmentos foram os que pior avaliaram a gestão. Além disso, houve um aumento na comparação do governo atual com o de seu antecessor, Jair Bolsonaro, e um crescimento na rejeição entre os católicos.
Esses resultados sugerem que, embora algumas políticas sociais tenham sido implementadas, a percepção pública sobre sua eficácia e impacto entre diferentes grupos sociais e religiosos.
Esses dados refletem um cenário de crescente insatisfação com o governo Lula, evidenciado pela inversão nas taxas de aprovação e desaprovação, e ressaltam a necessidade de melhores estratégias para reconquistar a confiança da população.
Imagem destaque: Ton Molina /Fotoarena/Folhapress