O mercado de ações é um dos pilares do sistema financeiro global, permitindo que empresas captem recursos para expandir seus negócios e que investidores participem do crescimento dessas companhias.
As ações surgiram como um mecanismo para financiar atividades comerciais e industriais, permitindo que empresários compartilhassem os riscos e benefícios de seus empreendimentos.
A importância desse mercado vai além da simples compra e venda de papéis, pois ele impulsiona a inovação, o desenvolvimento econômico e a geração de empregos. A participação ativa dos investidores ajuda a dar liquidez ao mercado, garantindo que as empresas possam continuar captando recursos para seus projetos.
Neste artigo, veja os principais tipos de ações disponíveis no mercado, explicando suas características, funcionamento e aplicabilidade para diferentes perfis de investidores.
Índice de conteúdos:
O que são ações e como funcionam?
Uma ação representa uma parcela do capital de uma empresa de capital aberto. Ao comprar uma ação, o investidor se torna acionista e passa a ter direitos proporcionais à sua participação na companhia. Os acionistas podem:
- Receber dividendos, que são parte do lucro distribuído pela empresa.
- Participar das assembleias gerais, dependendo do tipo de ação que possuem.
- Lucrar com a valorização dos papéis, caso o preço das ações suba ao longo do tempo.
Por outro lado, os investidores também assumem riscos, pois as ações podem perder valor devido a fatores internos (má gestão, resultados financeiros ruins) ou externos (crises econômicas, mudanças na legislação). As ações possuem características que influenciam sua atratividade e volatilidade no mercado:
- Liquidez: a facilidade de comprar e vender ações no mercado. Empresas com alta liquidez possuem grande volume de negociação diária;
- Volatilidade: o preço das ações pode oscilar bastante em curtos períodos devido a fatores internos (como mudanças na administração) e externos (como crises econômicas ou mudanças nas taxas de juros);
- Influência do mercado: p desempenho de uma ação pode ser afetado por notícias, expectativas dos investidores, políticas monetárias e indicadores econômicos.
Onde são negociadas?
Os tipos de ações podem ser negociadas em diferentes ambientes do mercado financeiro:
- Bolsas de Valores: São mercados organizados onde ações de empresas listadas são compradas e vendidas. No Brasil, a principal bolsa de valores é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). No exterior, as principais bolsas incluem a NYSE (New York Stock Exchange) e a NASDAQ.
- Mercado de Balcão: Algumas ações, especialmente de empresas menores ou menos líquidas, podem ser negociadas fora das bolsas, diretamente entre investidores, por meio do chamado mercado de balcão.
Como adquirir ações?
Para investir em ações, é necessário:
- Abrir conta em uma corretora de valores ou banco de investimento autorizado pela B3.
- Transferir recursos para a conta de investimento e acessar o Home Broker, plataforma de negociação online das corretoras.
- Emitir ordens de compra e venda, definindo preços e quantidades das ações desejadas.
Os custos envolvidos na negociação de ações incluem:
- Taxa de corretagem: Cobrança pela execução da ordem de compra/venda. Algumas corretoras oferecem taxa zero.
- Taxas da B3: Emolumentos e taxa de custódia para registro e liquidação das operações.
Diferença entre investir em ações e outros ativos
O mercado financeiro oferece diferentes tipos de investimentos, sendo essencial compreender a diferença entre renda variável (ações) e renda fixa (como CDBs e Tesouro Direto):
- Renda Fixa: Possui previsibilidade de rendimento e menor risco. Indicada para quem busca segurança e estabilidade.
- Renda Variável: O retorno depende das oscilações do mercado, podendo ser maior, mas também trazendo riscos.
O potencial de retorno das ações pode ser alto no longo prazo, mas exige conhecimento, paciência e diversificação para mitigar riscos.

Ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN)
As empresas podem emitir diferentes tipos de ações, cada uma com características distintas. As duas principais categorias são as ações ordinárias (ON) e ações preferenciais (PN).
Ações Ordinárias (ON)
As ações ordinárias são um dos tipos de ações que dão ao investidor o direito a voto em assembleias, permitindo participação nas decisões estratégicas da empresa. Esse tipo de ação pode ser interessante para quem deseja ter influência na gestão e acompanhar de perto a governança corporativa.
No entanto, os acionistas ordinários não possuem prioridade no recebimento de dividendos, pois a empresa pode optar por reinvestir seus lucros.
Ações Preferenciais (PN)
As ações preferenciais são tipos de ações que dão prioridade na distribuição de dividendos, tornando-se atrativas para investidores que buscam renda passiva. No entanto, essas ações geralmente não oferecem direito a voto, ou seu peso na tomada de decisões é reduzido.
Empresas que desejam atrair investidores interessados em dividendos podem emitir mais ações preferenciais.
Comparação entre os tipos de ações ON e PN
Característica | Ações Ordinárias (ON) | Ações Preferenciais (PN) |
Direito a voto | Sim | Limitado ou inexistente |
Prioridade em dividendos | Não | Sim |
Perfil do investidor | Longo prazo, governança | Foco em dividendos e renda passiva |
Units
Algumas empresas optam por emitir Units, que são pacotes de ações que combinam ON e PN. Isso pode facilitar a negociação e tornar os ativos mais acessíveis para diferentes perfis de investidores.
Investidores devem analisar as vantagens e desvantagens das Units antes de adquiri-las, considerando a composição dos papéis e os direitos associados.

Classificação por capitalização e liquidez
Os tipos de ações podem ser classificadas com base no tamanho da empresa (capitalização de mercado) e na liquidez dos papéis.
Blue Chips
As Blue Chips são um dos tipos de ações de empresas grandes, consolidadas e líderes de mercado, como Petrobras, Vale e Itaú no Brasil. São consideradas investimentos mais seguros, pois possuem alto volume de negociação e menor volatilidade.
Mid Caps
As Mid Caps são um dos tipos de ações de empresas de médio porte, que estão em crescimento, mas ainda não atingiram o nível de consolidação das Blue Chips. Essas ações podem oferecer maior potencial de valorização, mas também apresentam riscos mais elevados.
Antes de investir em Mid Caps, é importante analisar o crescimento da receita, margem de lucro e potencial de mercado.
Small Caps
As Small Caps são um dos tipos de ações de empresas menores, muitas vezes em estágios iniciais de crescimento. Embora possam oferecer grandes oportunidades de valorização, também apresentam risco elevado, pois são mais sensíveis a crises econômicas e possuem menor liquidez no mercado.
Ao investir em Small Caps, é essencial avaliar a solidez do negócio, a governança da empresa e o setor de atuação.
Liquidez e volume de negociação
A liquidez é um fator importante ao escolher um dos tipos de ações. Empresas com alto volume de negociação permitem que investidores comprem e vendam ações com facilidade, sem impactos significativos no preço do ativo.
Já ações com baixa liquidez podem ter dificuldade de negociação, causando spreads maiores entre preços de compra e venda. Antes de investir, é essencial considerar se a ação possui liquidez suficiente para suas estratégias financeiras.
Forma de pagamento de proventos
O pagamento de proventos é uma das formas pelas quais os investidores recebem retorno de seus investimentos quanto aos tipos de ações.
Essas remunerações podem ocorrer de diferentes maneiras, cada uma com suas particularidades e implicações fiscais. Compreender essas modalidades é fundamental para a construção de uma carteira de investimentos alinhada ao perfil e aos objetivos do investidor.
Dividendos
Os dividendos representam a distribuição de parte dos lucros da empresa aos seus acionistas. Esse tipo de pagamento é uma das formas mais tradicionais de remuneração e costuma ser uma fonte importante de renda passiva para os investidores.
O Dividend Yield é uma métrica utilizada para avaliar a rentabilidade dos dividendos, sendo calculado pela relação entre o valor dos dividendos pagos e o preço da ação. A frequência de pagamento pode variar, ocorrendo mensalmente, trimestralmente ou semestralmente, dependendo da política da empresa.
Juros sobre Capital Próprio (JCP)
Os Juros Sobre Capital Próprio (JCP) são uma alternativa aos dividendos para remunerar os acionistas. Ao contrário dos dividendos, os JSCP são tratados como despesa dedutível para a empresa, o que pode proporcionar benefícios fiscais.
Embora o mecanismo de pagamento seja semelhante, os JSCP possuem implicações fiscais diferentes para os investidores, sendo normalmente tributados na fonte. Essa modalidade pode oferecer vantagens para empresas que buscam reduzir sua carga tributária, ao mesmo tempo em que remuneram seus acionistas.
Dividendos vs. Reinvestimento
Além de receber dividendos, os investidores têm a opção de reinvestir esses proventos em novas ações, prática que pode potencializar o crescimento do patrimônio a longo prazo. A decisão entre utilizar os dividendos para despesas pessoais ou reinvesti-los depende do perfil do investidor e dos seus objetivos financeiros.
Reinvestir os dividendos pode ser uma estratégia poderosa para aumentar a exposição a empresas sólidas e capturar os benefícios dos juros compostos, enquanto a retirada dos dividendos pode oferecer liquidez imediata para outras necessidades
Ações no exterior e BDRs
Os investimentos internacionais se tornaram uma estratégia cada vez mais comum entre investidores que buscam diversificação e exposição a mercados mais desenvolvidos. Há diversas formas de investir em empresas estrangeiras, seja por meio de BDRs negociados na bolsa brasileira ou diretamente em bolsas internacionais.

Essa diversificação pode ajudar a reduzir os riscos associados a oscilações da economia local e proporcionar acesso a setores e empresas que não estão disponíveis no mercado brasileiro.
Por que investir em ações internacionais?
Investir em ações internacionais permite uma maior diversificação geográfica e cambial, reduzindo a exposição exclusiva à economia brasileira.
Empresas listadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia possuem mercados mais amplos, maior volume de negociações e acesso a tecnologias inovadoras, o que pode gerar retornos mais atrativos no longo prazo.
Além disso, a exposição ao dólar e a outras moedas estrangeiras pode servir como uma proteção contra desvalorizações do real.
BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
Os BDRs são certificados representativos de ações de empresas estrangeiras negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira. Esse mecanismo permite que investidores locais tenham exposição a gigantes do mercado global, como Apple, Amazon, Microsoft e Google, sem a necessidade de abrir conta em corretoras internacionais.
Os BDRs apresentam vantagens como facilidade de acesso e menor burocracia, mas envolvem custos e tributações específicas que devem ser considerados antes do investimento.
Investir direto em bolsas estrangeiras
Para investidores que desejam comprar ações diretamente no exterior, é necessário abrir conta em uma corretora internacional. Esse processo envolve algumas etapas burocráticas, como a remessa de valores e a conversão cambial.
Além disso, é importante estar atento às regras de tributação aplicáveis, já que os lucros obtidos em mercados estrangeiros devem ser declarados à Receita Federal. A possibilidade de investir em ações internacionais amplia as oportunidades e permite acesso a setores pouco explorados na bolsa brasileira.
Identificando oportunidades e riscos
Investir nos tipos de ações exige conhecimento e análise para minimizar riscos e maximizar os retornos. A análise de empresas pode ser feita sob diferentes perspectivas, combinando métodos quantitativos e qualitativos para identificar as melhores oportunidades no mercado.
Análise fundamentalista
A análise fundamentalista busca avaliar a saúde financeira e o potencial de crescimento de uma empresa. Indicadores como Preço/Lucro (P/L), Retorno sobre o Patrimônio (ROE), EBITDA e Dividend Yield ajudam a mensurar a atratividade do investimento. Além dos números, é essencial analisar fatores qualitativos, como governança corporativa, modelo de negócios e perspectivas do setor.
Análise técnica
A análise técnica utiliza gráficos e indicadores para identificar tendências e padrões de preços das ações. Ferramentas como médias móveis, Índice de Força Relativa (IFR) e MACD são frequentemente utilizadas por traders para encontrar pontos de compra e venda.
Esse método é especialmente útil para operações de curto prazo, mas deve ser complementado por uma visão estratégica de longo prazo.
Riscos comuns em ações
Os principais riscos ao investir nos tipos de ações incluem a volatilidade do mercado, fatores macroeconômicos como inflação e taxa de juros, e a liquidez dos ativos. Small caps, por exemplo, costumam ter maior potencial de valorização, mas também apresentam menor liquidez e maior risco de oscilação.

O mercado de ações está sempre em transformação, influenciado por fatores econômicos, políticos e tecnológicos. O cenário atual apresenta desafios e oportunidades, e estar bem informado é essencial para tomar decisões estratégicas. Setores como tecnologia, energias renováveis e infraestrutura tendem a ganhar cada vez mais relevância nos próximos anos.
Investir em vários tipos de ações exige estudo, disciplina e paciência. Compreender os conceitos de análise fundamentalista e técnica, acompanhar tendências de mercado e buscar informações confiáveis são passos essenciais para um investidor bem-sucedido.
O foco no longo prazo e a diversificação são elementos fundamentais para alcançar bons resultados e construir um portfólio de investimentos sólido e rentável quanto ao tipos de ações.