A intensificação da disputa comercial entre Estados Unidos e China impactou fortemente os mercados nesta quarta-feira (9/4). O dólar ultrapassou a marca dos R$ 6, enquanto o Ibovespa abriu em queda, refletindo a apreensão global quanto aos efeitos dessa escalada sobre a economia mundial.
Dólar
Às 10h13, a moeda norte-americana avançava 1,07%, cotada a R$ 6,062. Pouco antes, às 9h36, o dólar registrava alta de 1,29%, sendo negociado a R$ 6,075. A máxima do dia até aquele momento foi de R$ 6,096, enquanto a mínima registrada era de R$ 6,028.
No fechamento da sessão anterior, o dólar encerrou cotado a R$ 5,99, com valorização de 1,47%.
Durante o pregão, a divisa já havia alcançado brevemente os R$ 6. Com isso, o dólar acumula alta de 5,1% no mês de abril, mas ainda apresenta queda de 2,95% no acumulado de 2025.
Ibovespa
O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, também sentiu o impacto da tensão entre as potências. Às 10h28, registrava queda de 0,71%, aos 123 mil pontos. Minutos antes, às 10h20, recuava 0,32%, marcando 123,5 mil pontos.
Na terça-feira (8/4), o índice fechou com retração de 1,32%, aos 123,9 mil pontos. Com isso, o Ibovespa acumula queda de 4,86% em abril, mas ainda sustenta alta de 3,03% no acumulado do ano.

Nova resposta da China a tarifas dos EUA
A tensão aumentou após os EUA imporem, a partir desta quarta-feira, um “tarifaço” de 104% sobre produtos chineses. Como resposta, o governo da China anunciou novas tarifas de 84% sobre itens importados dos Estados Unidos, a serem aplicadas já na quinta-feira (10/4).
Em comunicado, o Ministério das Finanças chinês afirmou que continuará adotando medidas “fortes e decisivas” para salvaguardar seus “direitos e interesses legítimos”, numa clara resposta às ações do governo norte-americano.
Na terça-feira (8/4), a Casa Branca confirmou que a tarifa adicional de 50% se somaria aos 54% já em vigor sobre produtos chineses, totalizando os 104% anunciados pelo presidente Donald Trump. A medida marca mais um capítulo da prolongada guerra tarifária entre os dois países.
A China já havia sido alvo de uma tarifa de 34% na semana anterior e, como retaliação, anunciou taxas semelhantes sobre produtos norte-americanos. Agora, com o novo aumento, a retaliação também foi intensificada.
Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, reforçou que Trump “não irá ceder à China” e está determinado a manter as tarifas. Ela acrescentou que, embora haja abertura para negociações, elas podem levar meses, enquanto as tarifas já estão em vigor.
Mercados europeus em queda
Após um dia de respiro na terça-feira, com expectativas de avanço nas negociações, os principais mercados da Europa voltaram a cair nesta quarta. Por volta das 8h10 (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 recuava 4,2%, marcando 466,44 pontos.

As bolsas de Frankfurt, Londres, Paris e Madri também abriram em queda, refletindo o pessimismo global em relação à disputa comercial liderada pelos EUA.
Na semana passada, Trump anunciou uma nova rodada de tarifas sobre mais de 180 países, com percentuais entre 10% e 50%. A União Europeia foi alvo de taxas de 20%, enquanto países europeus fora do bloco, como o Reino Unido, enfrentaram tarifas de 10%.
Mercado asiático instável
Na Ásia, os mercados encerraram o pregão desta quarta-feira sem direção única. As bolsas de Tóquio e Seul fecharam em queda, enquanto os índices chineses subiram levemente, com investidores aguardando a postura oficial de Pequim diante da ofensiva tarifária dos EUA.
O ambiente global permanece marcado por grande incerteza, e os investidores seguem atentos aos próximos passos da disputa entre as duas maiores economias do planeta.
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